Hoje vamos falar sobre aposentadoria e direito dos diabéticos. Antes de tudo, precisamos entender melhor o cenário brasileiro relacionado à doença.Segundo dados da Sociedade Brasileira de Diabetes, o número de diabéticos no Brasil é de aproximadamente 20 milhões.
Entre os tipos de diabetes, a maioria (90%) é de diabetes Tipo 2, que ocorre quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz ou não produz insulina suficiente para controlar a taxa de glicemia. Esse tipo de diabetes se manifesta de maneira mais frequente em adultos e, dependendo do caso, pode ser controlado com atividade física e planejamento alimentar.
Já o diabetes Tipo 1 (de 5% a 10% do total) acontece em pessoas com predisposição genética. Nesse caso, pouca ou nenhuma insulina é liberada para o corpo. O Tipo 1 aparece geralmente na infância ou adolescência, mas pode ser diagnosticado em adultos também. Essa variedade é sempre tratada com insulina, planejamento alimentar e atividades físicas, para ajudar a controlar o nível de glicose no sangue.
As pessoas com diabetes possuem direitos que podem auxiliar seu cotidiano com a doença e também de sua rede de apoio. Neste artigo, vamos entender questões como direitos dos diabéticos, como funciona a aposentadoria e outros benefícios previdenciários, além de discutir a importância desse reconhecimento legal para a qualidade de vida dos pacientes.
O que é a aposentadoria para pessoas com diabetes?
A aposentadoria para pessoas com diabetes pode ser solicitada quando a condição impacta significativamente a capacidade de trabalho e sua rotina. No entanto, nem todo diabético tem direito automático ao benefício. É necessário comprovar que as complicações decorrentes da doença causam limitações funcionais, tornando o trabalho inviável ou dificultoso.
Para se aposentar por diabetes, é preciso apresentar laudos médicos completos que comprovem de fato a incapacidade para o trabalho. É importante que os exames e relatórios detalhem o diagnóstico, os tratamentos e as complicações da doença. Anote os documentos necessários para realizar a solicitação:
- Laudos médicos que comprovem as complicações da doença
- Exames laboratoriais e de imagem
- Relatórios de especialistas (endocrinologistas, oftalmologistas, neurologistas etc.)
- Histórico de tratamentos e medicações
- Comprovantes de tempo de contribuição ao INSS
Diabetes é deficiência? Entenda o que diz a lei
O Projeto de Lei 2.687/2022 propunha reconhecer o diabetes tipo 1 como uma deficiência, garantindo acesso a benefícios específicos, como a aposentadoria para pessoas com deficiência (PcD) e isenções fiscais.
O reconhecimento do diabetes tipo 1 como deficiência promoveria inclusão, aumento na qualidade de vida e redução de desigualdade, além de garantir igualdade entre os direitos dos diabéticos e o Estatuto da Pessoa com Deficiência.
Entretanto, em 13 de janeiro de 2025, o projeto foi vetado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Assim, o diabetes, por si só, não é considerado uma deficiência, mas suas complicações podem ser.
O veto ao projeto que classificaria o diabetes tipo 1 como deficiência gerou preocupações entre pacientes e especialistas. Sem esse reconhecimento, pessoas com diabetes enfrentam mais dificuldades para obter benefícios previdenciários.
Mas, se você é diabético ou convive com alguém com a doença, saiba que ainda há possibilidade de mudanças. O Congresso Nacional pode analisar e derrubar o veto presidencial. Caso isso ocorra, o diabetes tipo 1 poderá ser reconhecido como deficiência, facilitando o acesso à aposentadoria para diabéticos.
Como o diabetes pode levar à aposentadoria?
Pessoas com diabetes podem buscar aposentadoria em algumas situações:
- Aposentadoria por invalidez: Destinada a segurados que não podem exercer qualquer atividade profissional devido a complicações graves
- Aposentadoria para PcD: Se o diabetes levar a deficiências funcionais que dificultam o trabalho, pode ser enquadrado nessa categoria
- Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS): Para pessoas de baixa renda que não conseguem trabalhar por conta das complicações do diabetes
Quais complicações do diabetes podem justificar a aposentadoria?
As complicações do diabetes podem incluir:
- Neuropatia diabética: Perda de sensibilidade e dores nos membros.
- Retinopatia diabética: Danos à visão, podendo levar à cegueira.
- Insuficiência renal: Em casos graves, pode requerer hemodiálise.
- Amputações: Em decorrência de feridas de difícil cicatrização.
Essas condições podem dificultar ou impossibilitar o trabalho, sendo determinantes para a concessão da aposentadoria para os diabéticos.
A importância da perícia médica no INSS
A perícia médica do INSS é um passo importante para a concessão da aposentadoria para pessoas com diabetes. Durante a perícia, o profissional avaliará:
- O grau das limitações causadas pelo diabetes
- A capacidade do segurado de desempenhar suas funções laborais
- A necessidade de adaptações no ambiente de trabalho
O que fazer em caso de negativa do benefício?
Caso o pedido de aposentadoria seja negado pelo INSS, o segurado pode recorrer. Algumas estratégias incluem:
- Reunir mais documentos e laudos médicos
- Solicitar nova perícia médica
- Ingressar com recurso administrativo
- Procurar um advogado especializado em direito previdenciário
Diferença entre aposentadoria por invalidez e aposentadoria para PcD
A aposentadoria por invalidez é destinada a quem não pode mais trabalhar de forma definitiva. Já a aposentadoria para PcD considera o grau de deficiência e permite a continuação do trabalho em alguns casos.
Recapitulando
O diabetes afeta milhões de brasileiros e pode impactar significativamente a capacidade de trabalho, levando muitas pessoas a buscar aposentadoria e outros benefícios previdenciários. No entanto, o direito à aposentadoria para diabéticos não é automático e depende da comprovação das limitações causadas pela doença.
Embora o Projeto de Lei 2.687/2022 tenha proposto o reconhecimento do diabetes tipo 1 como deficiência, garantindo acesso facilitado a benefícios como a aposentadoria para pessoas com deficiência (PcD), o projeto foi vetado em 2025, gerando preocupações entre pacientes e especialistas.
Ainda assim, complicações graves decorrentes do diabetes, como neuropatia, retinopatia e insuficiência renal, podem justificar a concessão de benefícios, tornando essencial a apresentação de laudos médicos detalhados ao INSS.
A aposentadoria para pessoas com diabetes pode ocorrer por diferentes modalidades, dependendo do grau de comprometimento da saúde do segurado. A aposentadoria por invalidez é concedida quando a pessoa não consegue mais exercer qualquer atividade profissional devido a complicações graves e irreversíveis da doença.
Já a aposentadoria para PcD pode ser solicitada quando o diabetes leva a deficiências funcionais que dificultam o trabalho, exigindo comprovação pericial. Além disso, o Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS) pode ser uma alternativa para diabéticos em situação de vulnerabilidade social, desde que atendam aos critérios de renda estabelecidos.
As complicações do diabetes são fatores determinantes na concessão da aposentadoria para os diabéticos e podem incluir neuropatia diabética, que afeta os nervos e causa dores intensas, retinopatia diabética, que pode levar à perda da visão, insuficiência renal, exigindo hemodiálise, e amputações devido a feridas que não cicatrizam.
Essas condições podem inviabilizar o desempenho das atividades laborais, justificando o pedido de aposentadoria para diabéticos. Entretanto, a perícia médica do INSS desempenha um papel crucial nesse processo, avaliando o grau das limitações e a possibilidade de adaptação do trabalhador ao ambiente profissional.
Se o pedido de aposentadoria para diabéticos for negado pelo INSS, o segurado pode recorrer administrativamente, apresentando novos laudos médicos, solicitando nova perícia e, se necessário, buscando orientação de um advogado especializado em direito previdenciário.
É importante conhecer as diferenças entre a aposentadoria por invalidez, que exige incapacidade total e permanente para o trabalho, e a aposentadoria para PcD, que permite que a pessoa continue trabalhando, desde que se encaixe nos critérios de deficiência estabelecidos pela Previdência Social.
Cada caso deve ser analisado individualmente, considerando a gravidade das complicações do diabetes.
Diante do veto ao Projeto de Lei 2.687/2022, o reconhecimento do diabetes tipo 1 como deficiência ainda pode ser discutido pelo Congresso Nacional, podendo ser revisto futuramente.
Enquanto isso, é fundamental que pessoas com diabetes busquem informações sobre seus direitos e estejam preparadas para comprovar as dificuldades enfrentadas no dia a dia devido à doença.
Para quem deseja acompanhar mais informações sobre benefícios previdenciários e aposentadoria para diabéticos, é recomendável seguir especialistas na área, consultar profissionais capacitados e estar atento às atualizações na legislação previdenciária.
Neste artigo, você entendeu as razões por trás do veto ao Projeto de Lei 2.687/2022, que propunha equiparar o diabetes tipo 1 a uma deficiência para fins legais e entendeu sobre os direitos dos diabéticos.
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Espero que a leitura tenha sido útil!
Até o próximo artigo.